Trabalhadores do sistema de ônibus de Teresina fazem paralisação e Strans abre cadastro de veículos para suporte
O sindicato dos trabalhadores anunciou novas paralisações parciais, mas descartou a realização de atos neste sábado (10) e domingo (11). O sindicato das em...

O sindicato dos trabalhadores anunciou novas paralisações parciais, mas descartou a realização de atos neste sábado (10) e domingo (11). O sindicato das empresas afirmou que, conforme decisão judicial, deverá haver circulação mínima de 40% nos entre picos e 80% nos picos. Paralisação dos ônibus: motoristas e cobradores pararam hoje em Teresina durante protesto O sistema de ônibus do transporte público de Teresina passou por paralisações parciais nesta sexta-feira (9). Contudo, o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Piauí (Sintetro) informou que não realizará novos atos neste sábado (10) e domingo (11). A categoria reivindica reajuste salarial e melhorias de benefícios como vale-alimentação e plano de saúde. A primeira paralisação aconteceu nas primeiras horas da manhã e uma segunda ocorreu durante a tarde. ✅ Siga o canal do g1 Piauí no WhatsApp O Sintetro prevê novas paralisações parciais. Em virtude disso, a Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (Strans) comunicou o cadastro de veículos para dar suporte ao serviço de transporte público durante o movimento. Segundo a superintendência, donos de empresas e demais interessados devem comparecer à sede do órgão até 18h desta sexta-feira (9) e de 07:30 às 12h no sábado (10) com documentação do veículo e do condutor. Trabalhadores do sistema de ônibus de Teresina fazem paralisação e Strans abre cadastro de veículos para suporte Gil Oliveira O sindicato das empresas de ônibus, o Setut, afirmou que a desembargadora Liana Ferras, do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), determinou circulação mínima de 40% nos entre picos e 80% nos picos, com pena de multa diária de R$ 50 mil em caso de descumprimento. Atualmente, conforme o Sintetro, cerca de 250 ônibus circulam pela capital nos horários de pico. Nos demais períodos, a frota é reduzida para menos de 200 veículos. O secretário de imprensa do Sintetro, Cláudio Gomes, disse ao g1 que, em três anos da atual gestão do sindicato, foi a primeira vez que se passou do dia 1º de maio, Dia do Trabalhador, sem que a convenção coletiva tenha sido aprovada. "Estamos reivindicando o reajuste de 15%. E desde janeiro que o sindicato tenta intervir nas negociações, nas reivindicações dos trabalhadores como um ganho real, ticket e plano de saúde, que todo ano tem", afirmou Cláudio. Garagem de empresas do transporte público de Teresina Reprodução/TV Clube O que diz o outro lado A Strans e o Setut se pronunciaram, por notas (leia ao fim da reportagem), sobre a paralisação dos trabalhadores do transporte público. Além disso, os órgãos também falaram sobre as negociações do acordo de convenção coletiva reivindicado pelos trabalhadores. A Strans disse que se reuniu com o Ministério Público do Trabalho (MPT), o Setut e Sintetro para avaliar a situação. E que, se alguma greve for deflagrada, a superintendência vai garantir o funcionamento do transporte público de forma reduzida. Já o Setut disse ao g1 que reconhece a legitimidade das demandas apresentadas e que foi apresentado aos trabalhadores uma proposta de renovação da convenção coletiva por dois anos. "Ressalta-se que uma greve neste momento, em um setor já fragilizado por sucessivas crises e queda de demanda, pode gerar ainda mais danos ao sistema de transporte público, visto que, a paralisação tende a provocar ainda mais perdas no número de passageiros transportados, o que compromete a sustentabilidade do sistema", destacou o sindicato do empresários por meio de nota. Em caso de greve ou paralisação, o Setut também informou que também irá garantir a manutenção mínima dos serviços essenciais. Trabalhadores do sistema de ônibus de Teresina fazem paralisação nesta sexta-feira (9) Márcia Gabriele/Rede Clube Nota Strans A Strans participou de uma reunião na última segunda-feira (05) no Ministério Público do Trabalho (MPT) onde o Sintetro expôs as propostas ao Setut. O MPT vai avaliar se a greve é legal ou não diante do pedido da categoria, o sindicato dos empresários pode oferecer uma contraproposta. Dependendo das negociações que ainda estão em vigor, havendo reflexo financeiro, a Strans vai levar ao prefeito de Teresina para averiguar a possibilidade do reajuste. Porém, havendo a greve, a Strans garante, conforme a lei, que assegura aos serviços essenciais e o funcionamento de forma reduzida. Nota Setut O Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina (SETUT) informa que permanece aberto ao diálogo com os trabalhadores e reconhece a legitimidade das demandas apresentadas. Ressalta-se que não houve, em nenhum momento, recusa por parte das empresas em negociar ou participar de reuniões de mediação, sendo mantida uma postura colaborativa e de respeito às instâncias institucionais. Importante destacar que, na última gestão, os trabalhadores do setor permaneceram sem convenção coletiva vigente, realidade que o setor patronal busca superar. Foi apresentada proposta de renovação da convenção coletiva por dois anos, com a garantia de manutenção de todos os benefícios sociais atualmente existentes e a previsão de negociação anual das cláusulas de natureza econômica, considerando a realidade do sistema e os desafios enfrentados. O SETUT compreende que este é o primeiro ano de mandato da nova gestão municipal, que tem se deparado com uma situação administrativa complexa e demandante. Nesse contexto, é natural que haja um período de reorganização e estruturação, o qual exige responsabilidade e diálogo de todos os atores envolvidos. O Sindicato das Empresas reafirma sua disposição em atuar de forma construtiva, respeitando esse momento da administração pública e buscando, junto aos trabalhadores, soluções que garantam a continuidade dos serviços com equilíbrio e sustentabilidade. Sobre a paralisação anunciada, o SETUT encaminhará ofício ao Tribunal Regional do Trabalho (TRT) reiterando sua preocupação com os impactos da greve sobre a população, especialmente os usuários mais vulneráveis que dependem do transporte público. A entidade também está adotando todas as providências técnicas e legais para assegurar a manutenção mínima dos serviços essenciais. Ressalta-se que uma greve neste momento, em um setor já fragilizado por sucessivas crises e queda de demanda, pode gerar ainda mais danos ao sistema de transporte público, visto que, a paralisação tende a provocar ainda mais perdas no número de passageiros transportados, o que compromete a sustentabilidade do sistema, podendo resultar na redução da frota em circulação e, infelizmente, na necessidade de demissões. Por isso, é fundamental que prevaleça o bom senso e o compromisso com o equilíbrio coletivo. O SETUT reafirma seu compromisso com uma solução responsável, equilibrada e sustentável, que contemple os interesses dos trabalhadores, da população e a continuidade do sistema de transporte público de Teresina. 📲 Confira as últimas notícias do g1 Piauí 📲 Acompanhe o g1 Piauí no Facebook, no Instagram e no X VÍDEOS: assista aos vídeos mais vistos da Rede Clube